Se todos os dias são iguais, torne-se diferente

Yvonne

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Brasileira, ariana nascida no Rio de Janeiro, morando atualmente em Guarapari, mulher, esposa e mãe. Gosto de artes em geral, de ler, de trocar idéias, de praia, de cinema, de tomar cerveja e de dar boas gargalhadas.

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PIMENTA NOS OLHOS DOS OUTROS É REFRESCO


Amigos,

Recebi um telefonema de uma amiga minha carioca chorando e falando sobre os problemas que ela enfrentou com o grupo de terapia dela. A razão do chororó é porque ela ingenuamente mencionou para os companheiros que tem paixão pela cor vermelha. Essa observação foi dita em um momento de descontração, enquanto os trabalhos não se iniciavam. Para que? Até uma pérola do tipo "você tem um lado bastante sádico e se delicia com sangue derramado" saiu. O terapeuta só se manifestou depois que ela estava quase se atracando com todo mundo.

Pois bem, como de praxe, me lembrei de um fato ocorrido comigo. Fiz terapia de grupo e foi uma das minhas melhores experiências. Até hoje sinto saudades dessa época. Foi gratificante e amadureci muito, mas de vez em quando pintavam situações do tipo da minha amiga. Queria contar uma delas para vocês.

Eu trabalhava na direção de um banco e um dia saí do trabalho para ir para casa. Passei de ônibus pela porta de uma loja chamada "Ferragens alguma coisa". Imediatamente me lembrei que naquele dia eu tinha autorizado um crédito na conta de uma metalúrgica que estava inadimplente. Eu já tinha sido orientada pela alta chefia que nenhum lançamento poderia ser feito nessa conta, mas deu um branco em mim e nos meus dois chefes imediatos e liberamos o que não podia ser liberado. Entrei em pânico, cheguei em casa e liguei para o meu chefe e também o deixei em polvorosa. Liguei também para a agência que iria processar o pagamento e pedi para eles segurarem a minha autorização que felizmente naquela época não era por computador. Fui informada de que o aviso de crédito ainda não estava lá. No outro dia eu cheguei na agência às 5 horas da manhã junto com malotes, serventes, cafés e a turma de funcionários que faz a compensação. Fiquei lá naquele setor esperando pacientemente, ou melhor, impacientemente a chegada do malote. Resolvi o problema antes do banco abrir e todos viveram felizes para sempre.

Pois bem, nesse mesmo dia eu tinha terapia e contei esse episódio aos colegas de grupo. Disse satisfeita que ao ler a palavra ferragens, me lembrei de metalúrgica e do resto da história. Comentei ainda que eu era apenas uma funcionária e que não seria muito prejudicada, mas os meus dois chefes seriam e muito. Gente, fui trucidada e acuada de todas as maneiras. Ouvi uma série de besteiras que nem me recordo mais, mas algumas ainda lembro: que eu queria ser mais realista que o rei, que eu queria ser a dona do banco, que eu tomo para mim responsabilidades que seriam dos outros e por aí vai. Eu estava tentando argumentar cada vez que alguém me acusava de alguma coisa. Até que eu virei para o grupo e perguntei se havia ali alguém que era bancário. Eu sabia que não havia, todos se calaram. Eu disse algo do tipo: "Então tá bom, entrem para um banco, fiquem responsáveis pelo dinheiro dos clientes e do governo e depois venham falar comigo." A polêmica acabou exatamente nesse instante.

Pois é, pimenta nos olhos dos outros é refresco. É muito fácil julgar, é tranqüilo levantar bandeiras e acusar quem quer que seja de alguma coisa. Difícil é estar cara a cara com um problema e ter que resolvê-lo na hora com as armas que a gente dispõe. Graças a Deus ainda existem pessoas neste país que tomam para si responsabilidades dos outros. O que uns chamaram de vontade de aparecer, eu chamo de espírito de equipe e um respeito enorme pelos meus dois chefes que fizeram besteira junto comigo. E eles só embarcaram nessa canoa furada, porque confiavam em mim. Minha coluna está meio panfletária, mas é que de alguns tempos para cá eu tenho ficado indignada todos os dias com uma série de coisas que têm acontecido neste país. Estou perdendo as esperanças de viver em um lugar melhor. Está muito difícil suportar a Lei de Murici que é cada um por si. O sucesso das nações ricas se baseou, dentre outros fatores, na sua população que tem noção de comunidade e é isso que falta no Brasil.

Bom, já que estou tocando no assunto "vamos arregaçar as mangas", convido vocês a lerem a minha coluna que saiu no Boletim sobre Eleanor Roosevelt que foi uma mulher maravilhosa e grande exemplo para mim.
Acho que vocês vão gostar. Queria lembrar também que hoje é o aniversário da Luma. Vamos lá no blog dela comer um pedacinho da torta de chocolate?

Beijocas

Yvonne