Amigos,
Ganhei o livro Almanaque da TV, escrito por Bia Braune e Rixa e me deliciei com os causos ali contados. Pois bem, como vocês sabem a televisão brasileira foi inaugurada em São Paulo em 1950. Teve a maior festa e a Hebe Camargo ficou encarregada de cantar o hino da televisão. Na hora H, ela preferiu se encontrar com o namorado da época e coube à linda Lolita Rodrigues tal tarefa. Tudo bem, tudo maravilhoso, sucesso total e a pergunta que ficou no ar: que programas iremos colocar no ar a partir de amanhã? Naturalmente deve ser uma lenda, rsrsrs, mas a realidade não era muito diferente disso.
Queridos, como sou jurássica, testemunhei coisas que o jovem de hoje nem consegue imaginar. Em primeiro lugar só tinha televisão quem era rico ou classe média mais para alta. No nosso prédio, nós fomos a primeira família a ter uma e quase todas as noites os vizinhos iam para a nossa casa ver alguns programas, eram os famosos televizinhos, como se chamava naquela época. Os móveis eram pesadíssimos e os aparelhos tinham válvulas. Como a programação começava às 18h, por volta das 17.30h, tínhamos que ligar para começar a esquentar. Outra coisa, tudo era feito ao vivo, não tinha videotape que apareceu mais ou menos no início dos anos 60.
Se por acaso víssemos hoje alguns dos programas daquele tempo, ficaríamos de queixo caído com a péssima qualidade de tudo, mas em compensação os profissionais envolvidos davam de dez a zero nos de hoje. É fácil repetir a cena mil vezes para depois editar a melhor. Quero ver essa turma fazer tudo ao vivo, inclusive os "reclames" de eletrodomésticos que não funcionavam e faziam com que as garotas-propagandas pagassem o maior mico. Não acompanhei nada disso, porque era bem criança, mas lembro de algumas coisas, ainda que vagamente.
Eu guardo no meu coração alguns programas que, caso passassem hoje, eu não veria mais de forma alguma para não me decepcionar: Circo do Carequinha com sua famosa cambalhota, Teatrinho Troll, A Turma do Sete, Gladys e seus bichinhos, Lassie, Rin Tin Tin e O Vigilante Rodoviário que tinha uma música que marcou tanto a infância das crianças daquela época que os Titãs a gravaram há algum tempo, em homenagem a essa série brasileira - "De noite ou de dia, firme no volante, vai pela rodovia, bravo vigilante...". Qualquer ser humano com mais de 50 anos conhece essa música, pelo menos no eixo RJ/SP.
Bom, lendo o livro descobri que os diretores de dramaturgia trabalhavam vestidos com trajes da época da peça, porque a qualquer momento poderiam entrar em cena para salvar uma situação. Ah, outra coisa, Joana d'Arc só morreu queimada na França. Aqui no Brasil ela morreu enforcada e em duas oportunidades: em SP a garoa não permitiu que uma fogueira permanecesse acesa na cena da morte. O inquisidor não pestanejou: "Levem-na para a forca". Já no Rio, o inquisidor condenou a heroína:"Levem-na para forca". O autor Manoel Carlos que estava atuando como sentinela consertou a história e a História e disse: "Monsenhor, não seria melhor queimá-la?" (pg. 119)
Numa montagem ao vivo de A vida de Cristo na Tupi, RJ, lá estava Paulo Porto no papel de Jesus. Sem resistir ao assédio de uma mosca que o perturbava diante das câmeras, o ator a espantou do nariz com violência, mesmo estando "crucificado" (pg. 119), rsrsrs.
Essa outra história eu já contei no Nós por Nós e eu soube quando vi uma entrevista do Lima Duarte. Um cara deveria matar outro com tiro de revólver e na hora H não houve jeito do sonoplasta colocar o barulho do tal tiro. O ator desesperado atirando e nada da bala ser "disparada". A "vítima" também em pânico, sem saber o que fazer, acabou se jogando no chão. O assassino então inseriu um caco no meio da peça: "Esse cabra foi tão covarde que não morreu da bala e sim de susto", rsrsrs.
Falando em Lima Duarte, esse ator merece todos os aplausos do mundo. Esteve na festa de inauguração, conhece tudo que diz respeito a televisão e até hoje trabalha. Merece aplausos também a Hebe Camargo que está inteirona e faz tudo que quer nos seus programas. Acredito que ela deve trabalhar sem ponto eletrônico, porque ela é indomável. Pode quem quiser fazer pouco dela, mas a lourona é um patrimônio nacional.
No mais queridos, são histórias e mais histórias que me fizeram rir demais, como também ter nostalgia de tempos outros. A medida que for me lembrando, contarei em algumas nas minhas saladinhas de frutas. Ah, antes que eu me esqueça. Vocês se lembram de um câmera que ficava de cara emburrada enquanto o Fausto Silva fazia gozação com a cara dele? Eu pensei que fosse teatrinho, mas não era. O homem ficou tão invocado que pediu demissão e exigiu uma indenização milionária por danos morais que o apresentador mala sem alça teve que pagar.
Bom, espero que vocês tenham gostado do post. Um lindo final de semana para todo mundo.
Beijocas carinhosas
Yvonne
P.S.: Com relação ao post anterior, gostaria de esclarecer que Kirliangrafia não é esoterismo. No dito post, eu disse que por razões pessoais enveredei por esse caminho. O fato de ter adquirido a máquina não significa necessariamente que tomei essa providência por razões esotéricas ou espirituais. A Kirliangrafia é ciência e ainda está sendo objeto de estudo. Por essa razão continua sendo desacreditada. No entanto, convém lembrar que até meados do século passado ninguém aceitava a Homeopatia. Hoje em dia, qualquer plano de saúde tem seus médicos homeopatas credenciados. Gostaria de mencionar também que em 1985 quando estava grávida da minha filha, fiz pré-natal não só com a médica obstetra, como também com outra que era acupunturista. Não tinha direito a reembolso pela consulta, uma vez que o meu plano de saúde - CASSI - simplesmente ignorava a Acupuntura. Hoje, esse mesmo plano tem os seus médicos acupunturistas credenciados e eu faço tratamento para acabar com a minha alergia. Dessa forma, acredito que daqui a pouco a Kirliangrafia vai ser levada a sério.
Ganhei o livro Almanaque da TV, escrito por Bia Braune e Rixa e me deliciei com os causos ali contados. Pois bem, como vocês sabem a televisão brasileira foi inaugurada em São Paulo em 1950. Teve a maior festa e a Hebe Camargo ficou encarregada de cantar o hino da televisão. Na hora H, ela preferiu se encontrar com o namorado da época e coube à linda Lolita Rodrigues tal tarefa. Tudo bem, tudo maravilhoso, sucesso total e a pergunta que ficou no ar: que programas iremos colocar no ar a partir de amanhã? Naturalmente deve ser uma lenda, rsrsrs, mas a realidade não era muito diferente disso.
Queridos, como sou jurássica, testemunhei coisas que o jovem de hoje nem consegue imaginar. Em primeiro lugar só tinha televisão quem era rico ou classe média mais para alta. No nosso prédio, nós fomos a primeira família a ter uma e quase todas as noites os vizinhos iam para a nossa casa ver alguns programas, eram os famosos televizinhos, como se chamava naquela época. Os móveis eram pesadíssimos e os aparelhos tinham válvulas. Como a programação começava às 18h, por volta das 17.30h, tínhamos que ligar para começar a esquentar. Outra coisa, tudo era feito ao vivo, não tinha videotape que apareceu mais ou menos no início dos anos 60.
Se por acaso víssemos hoje alguns dos programas daquele tempo, ficaríamos de queixo caído com a péssima qualidade de tudo, mas em compensação os profissionais envolvidos davam de dez a zero nos de hoje. É fácil repetir a cena mil vezes para depois editar a melhor. Quero ver essa turma fazer tudo ao vivo, inclusive os "reclames" de eletrodomésticos que não funcionavam e faziam com que as garotas-propagandas pagassem o maior mico. Não acompanhei nada disso, porque era bem criança, mas lembro de algumas coisas, ainda que vagamente.
Eu guardo no meu coração alguns programas que, caso passassem hoje, eu não veria mais de forma alguma para não me decepcionar: Circo do Carequinha com sua famosa cambalhota, Teatrinho Troll, A Turma do Sete, Gladys e seus bichinhos, Lassie, Rin Tin Tin e O Vigilante Rodoviário que tinha uma música que marcou tanto a infância das crianças daquela época que os Titãs a gravaram há algum tempo, em homenagem a essa série brasileira - "De noite ou de dia, firme no volante, vai pela rodovia, bravo vigilante...". Qualquer ser humano com mais de 50 anos conhece essa música, pelo menos no eixo RJ/SP.
Bom, lendo o livro descobri que os diretores de dramaturgia trabalhavam vestidos com trajes da época da peça, porque a qualquer momento poderiam entrar em cena para salvar uma situação. Ah, outra coisa, Joana d'Arc só morreu queimada na França. Aqui no Brasil ela morreu enforcada e em duas oportunidades: em SP a garoa não permitiu que uma fogueira permanecesse acesa na cena da morte. O inquisidor não pestanejou: "Levem-na para a forca". Já no Rio, o inquisidor condenou a heroína:"Levem-na para forca". O autor Manoel Carlos que estava atuando como sentinela consertou a história e a História e disse: "Monsenhor, não seria melhor queimá-la?" (pg. 119)
Numa montagem ao vivo de A vida de Cristo na Tupi, RJ, lá estava Paulo Porto no papel de Jesus. Sem resistir ao assédio de uma mosca que o perturbava diante das câmeras, o ator a espantou do nariz com violência, mesmo estando "crucificado" (pg. 119), rsrsrs.
Essa outra história eu já contei no Nós por Nós e eu soube quando vi uma entrevista do Lima Duarte. Um cara deveria matar outro com tiro de revólver e na hora H não houve jeito do sonoplasta colocar o barulho do tal tiro. O ator desesperado atirando e nada da bala ser "disparada". A "vítima" também em pânico, sem saber o que fazer, acabou se jogando no chão. O assassino então inseriu um caco no meio da peça: "Esse cabra foi tão covarde que não morreu da bala e sim de susto", rsrsrs.
Falando em Lima Duarte, esse ator merece todos os aplausos do mundo. Esteve na festa de inauguração, conhece tudo que diz respeito a televisão e até hoje trabalha. Merece aplausos também a Hebe Camargo que está inteirona e faz tudo que quer nos seus programas. Acredito que ela deve trabalhar sem ponto eletrônico, porque ela é indomável. Pode quem quiser fazer pouco dela, mas a lourona é um patrimônio nacional.
No mais queridos, são histórias e mais histórias que me fizeram rir demais, como também ter nostalgia de tempos outros. A medida que for me lembrando, contarei em algumas nas minhas saladinhas de frutas. Ah, antes que eu me esqueça. Vocês se lembram de um câmera que ficava de cara emburrada enquanto o Fausto Silva fazia gozação com a cara dele? Eu pensei que fosse teatrinho, mas não era. O homem ficou tão invocado que pediu demissão e exigiu uma indenização milionária por danos morais que o apresentador mala sem alça teve que pagar.
Bom, espero que vocês tenham gostado do post. Um lindo final de semana para todo mundo.
Beijocas carinhosas
Yvonne
P.S.: Com relação ao post anterior, gostaria de esclarecer que Kirliangrafia não é esoterismo. No dito post, eu disse que por razões pessoais enveredei por esse caminho. O fato de ter adquirido a máquina não significa necessariamente que tomei essa providência por razões esotéricas ou espirituais. A Kirliangrafia é ciência e ainda está sendo objeto de estudo. Por essa razão continua sendo desacreditada. No entanto, convém lembrar que até meados do século passado ninguém aceitava a Homeopatia. Hoje em dia, qualquer plano de saúde tem seus médicos homeopatas credenciados. Gostaria de mencionar também que em 1985 quando estava grávida da minha filha, fiz pré-natal não só com a médica obstetra, como também com outra que era acupunturista. Não tinha direito a reembolso pela consulta, uma vez que o meu plano de saúde - CASSI - simplesmente ignorava a Acupuntura. Hoje, esse mesmo plano tem os seus médicos acupunturistas credenciados e eu faço tratamento para acabar com a minha alergia. Dessa forma, acredito que daqui a pouco a Kirliangrafia vai ser levada a sério.
|