Amigos,
Quem me acompanha há algum tempo sabe que sou carioca apaixonada pela minha cidade natal, mas por opção vim morar em Guarapari. Já estava cansada de barulhos, de estresse de um grande centro e de ficar engarrafada por quase uma hora para fazer um percurso que levaria uns vinte minutos. Depois que o maridão se aposentou, colocamos no papel o valor do nosso imóvel no Flamengo e mais o FGTS dele e constatamos que não daria para comprar o apartamento que estávamos querendo. Nós estávamos planejando nos mudar visto que morávamos em um prédio tão antigo que nem sabíamos ao certo quando foi construído. Só sabíamos que no início da Segunda Guerra (1939) ele já existia. Maravilhoso como todo prédio antigo daquele bairro, mas por outro lado os problemas eram muitos, como por exemplo os elevadores que dia sim outro também davam problema.
Ao virmos para cá passar um final de semana, caímos de quatro pela cidade e em menos de um ano viemos de mala e cuia. Tudo devidamente bem planejado. O único senão foi a minha filha que ficou mais seis meses no Rio para terminar o estágio que ela estava fazendo. Por um bom tempo, ela chorava de saudades dos amigos e gastamos uma nota preta para ela ir para o Rio de quinze em quinze dias.
Quem me acompanha há algum tempo sabe que sou carioca apaixonada pela minha cidade natal, mas por opção vim morar em Guarapari. Já estava cansada de barulhos, de estresse de um grande centro e de ficar engarrafada por quase uma hora para fazer um percurso que levaria uns vinte minutos. Depois que o maridão se aposentou, colocamos no papel o valor do nosso imóvel no Flamengo e mais o FGTS dele e constatamos que não daria para comprar o apartamento que estávamos querendo. Nós estávamos planejando nos mudar visto que morávamos em um prédio tão antigo que nem sabíamos ao certo quando foi construído. Só sabíamos que no início da Segunda Guerra (1939) ele já existia. Maravilhoso como todo prédio antigo daquele bairro, mas por outro lado os problemas eram muitos, como por exemplo os elevadores que dia sim outro também davam problema.
Ao virmos para cá passar um final de semana, caímos de quatro pela cidade e em menos de um ano viemos de mala e cuia. Tudo devidamente bem planejado. O único senão foi a minha filha que ficou mais seis meses no Rio para terminar o estágio que ela estava fazendo. Por um bom tempo, ela chorava de saudades dos amigos e gastamos uma nota preta para ela ir para o Rio de quinze em quinze dias.
Aos poucos tudo foi se ajeitando e agora ela está adaptada e com um grupo de amigos em Vila Velha. Ela não quer mais voltar para o Rio, porque também já se acostumou com a vida mais tranqüila. Está nos seduzindo para morar em Vila Velha, mas estamos fazendo ouvido de mercador. Adoro aquela cidade, mas daqui só saio para uma outra menor ainda que Guarapari. Qualquer dia desse acredito que vamos nos mudar mais uma vez, porque a cidade vai crescer em virtude sei lá do quê. A Magui deve saber explicar melhor do que eu, porque faço questão de não tomar conhecimento. Parece que aqui no ES tem gás o suficiente para não sermos mais reféns do maluco lá da Bolívia. Alguns hotéis estão sendo alugados o ano inteiro pela Petrobrás enquanto eles não vem para cá. Se isso aqui virar Macaé ou Campos, vou embora correndo. Nada contra esses municípios, muito pelo contrário. Como diria o grande Tim Maia, o que eu quero é sossego.
Pois bem, tive um monte de ganhos e algumas perdas. A vida cultural é nula e eu já desisti de ir ao cinema, porque eu não me identifico com os filmes que aqui passam. Isso não é problema e até já comentei com vocês em outras oportunidades. Perdi também os encontros semanais com as amigas, mas estamos nos virando bem com os bimensais. Com relação à minha família, praticamente está tudo igual (com exceção do meu irmão) porque só nos encontrávamos em comemorações diversas, o que continua acontecendo.
Hábitos foram sendo modificados e eu estou plenamente adaptada. No entanto, ainda não consegui superar algumas situações:
- Não temos um único amigo ou amiga que seja guarapariense ou capixaba. Todos são cariocas ou mineiros. O povo daqui é fechado demais e isso é estranho para quem é carioca.
- Nunca tive paranóia com o trânsito do Rio. Aqui eu ando em pânico. Até parece brincadeira, mas é verdade. Eu não entendo o motivo de não ter pelo menos umas dez pessoas mortas todos os dias. Praticamente todas as ruas são mão dupla e em uma encruzilhada, vale virar em qualquer direção. Acabei desenvolvendo uma grande raiva por motociclistas e ciclistas, a turma mais abusada que eu já vi na vida. Um dia desses minha filha quase atropelou um ciclista que jogou a bicicleta em cima dela. Quase morremos do coração e tivemos que parar em um posto de gasolina para voltarmos ao nosso equilíbrio. Por causa desse grande abuso, quem dirige carro é que tem humildade para andar devagar e ter cinco mil olhos virados em todas as direções.
- Por ter uma vida super relaxada, sem saídas que exijam roupas legais e tendo que subir uma ladeira para ir ao centro, adquiri o hábito de usar sandálias rasteiras. Agora tenho dificuldade de usar salto alto, rsrsrs. O reveillon vai chegar e eu já estou preocupada com isso. Vou fazer o que fiz no ano passado, saio de casa lindona e depois que todo mundo me vir, eu tiro a sandália e coloco uma rasteirinha. Meninas, essa é uma das vantagens de ser coroa: o prazer e o conforto estão acima do desejo de estar exuberante. Eu quero é me divertir e dane-se o resto, para não dizer aquele verbo, rsrsrs.
- Outra coisa que me surpreendeu é a total falta de profissionalismo, mas não quero entrar em detalhes para não magoar ninguém. O Brasil inteiro faz gozação com um determinado estado. É porque eles não conhecem Guarapari que tem um povo super descansado. Quando você chama alguém para vir na sua residência resolver um problema, recebendo pelo seu trabalho e marca na terça pela manhã, o cara só aparece no sábado de tarde, rsrsrs.
No mais a vida é ótima. Vou à praia praticamente 99% dos dias que fazem sol. Acordo todos os dias com um monte de pássaros fazendo o maior alarido nas janelas, em especial o bem-te-vi. Como frutos do mar que são pescados com dignidade sem comprometer o equilíbrio da natureza. Temos umas tartarugas que vez por outra aparecem no mar e fazem a festa dos moradores daqui. E o principal: um monte de praias não só daqui, como também dos municípios próximos.
Além disso, estamos a quarenta minutos de Vila Velha e uns vinte depois de Vitória, ambas cidades lindíssimas. Eu não consigo entender porque as autoridades daqui do ES não divulgam mais as belezas locais. Este estado deveria ter turistas o ano inteiro. Não só do Brasil, como também do resto do mundo. Praias urbanas, praias selvagens, praias paradisíacas, um pequeno pantanal (que eu não conheço e nem sei em que cidade fica, mas qualquer dia desses vou passear por lá), Domingos Martins que é localizada na serra e no inverno faz frio estilo Campos do Jordão, o melhor restaurante de frutos do mar de todo o Brasil há dez anos, segundo o Guia Quatro Rodas (Guaramare que eu também já falei para vocês), a maior boate do Brasil - Mais (em tamanho com vários ambientes) e o melhor: a dois minutos do Rio e de São Paulo, com passagem de avião relativamente barata. Se o capixaba vendesse o estado como fazem Rio de Janeiro, Bahia e Ceará, isso aqui iria bombar.
Bom, pegando carona na propaganda da Caixa, eu digo "Vem pra cá você também". Satisfação garantida ou seu dinheiro de volta, rsrsrs. Garanto que vocês não irão se arrepender.
Beijocas
Yvonne
P.S.: Amigos, este post foi escrito no sábado de manhã para sair hoje. Por uma feliz coincidência encontramos a Magui ontem na praia. Estávamos, eu, maridão e mais dois amigos quando ela chegou. Foi um papo gostoso demais e nem chegamos a falar sobre blogosfera, porque não seria justo com os demais que ignoram quem são as pessoas e iriam ficar boiando no assunto. Aliás, nem era a nossa intenção. Falamos o tempo quase todo sobre a cidade que adotamos, sobre o nosso complicado país e foi uma tarde agradável demais. Magui é uma mulher bonita que tem os olhos expressivos. Eles dizem tudo. Simpática demais e arrancou algumas gargalhadas nossas com seus comentários irônicos. Foi um imenso prazer ter tido a oportunidade de conhecê-la e que venham mais encontros. Uma beijoca especial para você Magui.
P.S.2:Amigos, eu não sei o que está acontecendo com o meu blog, porque só aparece o último post. Alguém pode me dar uma orientação?
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