Amigos,
Muito tem sido dito a respeito da violência do mundo. São várias correntes que apontam em várias direções, todas elas mais do que válidas. A minha teoria se baseia na natureza humana e em razões espirituais. Quanto à doutrina espírita, vou me abster de seguir adiante em respeito à religião de cada um.
Pois bem, nascemos quase macacos sem tecnologia alguma que pudesse facilitar a nossa vida. Os primeiros seres humanos não tiveram a vantagem de assar as caças e não tinham a menor idéia de que o trigo poderia virar um gostoso pão para aliviar a fome. Naquele momento valia a famosa frase "é cada um por si e Deus por todos". Grupos se organizaram no sentido de dividir tarefas. Quando aparecia um outro grupo interessado na mesma caça ou no mesmo espaço em que viviam, era questão de sobrevivência lutar um contra o outro. Qualquer programa do canal National Geographic mostrando a vida dos demais mamíferos, esclarece bem esse assunto.
O mundo evoluiu, hoje temos a ciência e a tecnologia estendidas em um tapete vermelho, mas algo ficou guardado dentro de nós desde os tempos das cavernas. A evolução do espírito não conseguiu acompanhar a modernidade e ainda temos em nosso inconsciente coletivo que é necessário acabar com o outro grupo para que a segurança e o conforto do nosso sejam satisfeitos. A caça é minha, ninguém tasca, eu vi primeiro. Por essa razão, grupos étnicos, religiosos e políticos, tribos e nações entram em conflito e guerra. Todos acham que a sua verdade, os seus interesses e as suas necessidades estão em primeiro lugar. O outro não importa. São milênios a fio que temos sangrentas guerras por essa razão.
Todos dizem que hoje em dia o mundo está cada vez mais violento. Eu discordo totalmente, já foi bem pior. Basta lembrar que o exército do grande Genghis Khan matou toda a população de uma cidade e não permitiu sequer que ficassem vivos os animais domésticos (já mencionei essa história em outra oportunidade). Hoje, existem os meios de comunicação que não permitem que fatos do tipo aconteçam. Para cada conflito que surge, existem várias pessoas que dedicam suas próprias vidas a solucionar problemas alheios. Cito o belíssimo exemplo dos Médicos sem Fronteiras e porque não dizer a blogosfera que está se mexendo a favor de uma brasileira que vive em Portugal e que nem conhecemos?
Então por que não existe paz na Terra? Porque como a grande maioria da população não evolui para se tornar um ser humano melhor, ainda continua tendo em mente que o outro não importa e isso vale até mesmo para matar para no intuito de conseguir um par de tênis ou o relógio Rolex do outro. Basta pensar que esses acessórios equivalem à caça de milhares de anos atrás.
Mudando ligeiramente de assunto (mas continuando nele), na semana passada recebi três mensagens de pessoas que não quiseram escrever seus comentários no post em que prestei uma apaixonada homenagem ao bairro de Botafogo. Nunca isso tinha acontecido antes. Essas pessoas são cariocas bem legais que não quiseram usar o meu espaço para criar polêmica a respeito de alguns comentários do tipo "a cidade é linda, pena que violenta". Eu entendi perfeitamente bem as partes, mas os outros acharam que como eu não estava escrevendo um artigo sobre a violência no mundo e sim uma boba homenagem, a observação foi desnecessária.
Quem mora fora do Rio acha que a sua caça (segurança) está garantida. O carioca é o outro grupo que tem os seus problemas, então cabe à população local resolvê-los. Se eu não vivo lá, então não devo me preocupar. Só que as coisas não são tão simples assim e ninguém está livre de nada. O outro é importante sim e enquanto não pensarmos que o mundo é um só e que os problemas de uns pertencem a todos nós, nós nunca conseguiremos seguir adiante. Eu acredito piamente que a paz na Terra só vai chegar quando cada um de nós colocar na sua cabeça que tem que evoluir espiritualmente. Quero deixar bem claro que não estou falando de Espiritismo e sim de seres humanos melhores. Amigos, o primeiro passo consiste em desenvolver dentro de si o sentimento de generosidade.
Não quero passar a idéia de uma sugestão piegas do tipo "We are the world, we are the children". É muito mais do que isso. É fazer o bem todos os dias e começar a perdoar aqueles que nos fazem mal. É dificílimo eu sei, mas só assim que vai ser possível. Mesmo que não tenhamos êxito, só a tentativa já vale a pena.
Por tudo que escrevi, fica aqui a minha sugestão para um mundo melhor: GENEROSIDADE e PERDÃO.
Beijocas
Yvonne
P.S.: Amigos, minha conexão está um horror. Não estranhem se por acaso não puder visitá-los.
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