Se todos os dias são iguais, torne-se diferente

Yvonne

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Brasileira, ariana nascida no Rio de Janeiro, morando atualmente em Guarapari, mulher, esposa e mãe. Gosto de artes em geral, de ler, de trocar idéias, de praia, de cinema, de tomar cerveja e de dar boas gargalhadas.

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19.10.2007 - AO MESTRE COM CARINHO


Queridos, ainda a falta de idéias. O texto abaixo foi escrito no ano passado, mas não cheguei a postar no blog e nem me lembro por qual motivo. É uma tardia homenagem ao dia do professor. Espero que gostem. Quanto ao encontro, gostaria de saber quem poderá ir para que eu tenha uma idéia se a Confeitaria Colombo do Forte de Copacabana será o conveniente para mim e para a Denise que foi a única pessoa que confirmou presença. Não há estresse algum em dizer não, eu estou sempre indo ao Rio e não faltarão oportunidades para encontrar vocês que eu tanto gosto.

Amigos, vi o filme "Ao mestre com carinho" recentemente e como de hábito, chorei em diversos momentos. Os motivos são vários. O primeiro é que eu vi esse filme pela primeira vez no final do ano de 1968 um pouquinho antes da formatura do ginásio. Todos os alunos estavam tristes porque cada um iria para um lugar diferente. As meninas choravam quase sempre só de imaginar que o convívio nunca mais seria o mesmo, apesar de nossas juras de amizade eterna.

O segundo motivo é que o filme é bonito mesmo e o terceiro e principal é que, na minha concepção, não existe profissão mais linda do que a de professor. Alguns de vocês poderiam dizer que a medicina é o que há de melhor. No entanto, nos dias de hoje, é muito difícil encontrar algum médico que se proponha a receber um cliente gratuitamente. Um médico de primeiríssima categoria nada em dinheiro. Alguém já ouviu falar de algum professor que tenha enriquecido com a sua profissão? Alguém já ouviu falar de algum empresário ricaço que queira investir uma parte do seu dinheiro abrindo uma escola de gabarito?

Em todas as profissões, existem boas e más pessoas. Histórias de freiras e padres abusando de crianças em internatos existem aos montes. Professores que não estão mais dando a menor importância aos seus alunos da rede pública devido a uma gama de razões também são bastante freqüentes. Entretanto, quando alguém se propõe a ser professor, ele sabe que vai dar muito mais do que receber.

Essa é uma das grandes frustrações da minha vida. Por motivos alheios a minha vontade, não pude fazer o curso de normalista. Eu queria ser professora do ensino fundamental. Nada além disso. Nos meus sonhos de adolescência, eu não queria saber de jardim de infância, segundo grau ou faculdade, queria apenas ser professora da primeira à oitava série que é o que mais me encanta. Não foi possível.

Entretanto, de uma certa forma, consegui realizar um pouquinho esse sonho dando aulas particulares. Um dos maiores orgulhos da minha vida foi ter sido escolhida aos 12 anos por minha professora de matemática para ser monitora e dar aulas aos meus colegas de classe (com notas ruins) depois do horário, caso todos concordassem, é lógico. Eu consegui fazê-los entender a matéria. Fui também monitora do Mobral, mas confesso que não gostei porque lidava com adultos e não com crianças.

Foram muitos alunos até mais ou menos os meus 22 anos, porque até essa época (tirando seis meses) eu sempre trabalhei em meio expediente. Quando aos 23 começou o horário integral com faculdade a noite, não foi mais possível. Não cheguei a ficar triste porque o rumo da minha vida mudou e eu passei a gostar daquilo que eu estava fazendo. Deixei de ser a "professorinha" e assumi a minha profissão de bancária que já exercia desde os 20. Não me arrependo porque tudo o que eu tenho devo ao banco onde trabalhei.

Entretanto, ao ter visto o filme, senti uma espécie de nostalgia de algo que não vivi, mas que gostaria de ter vivido. Teria sido ótimo ser consultada por algum aluno sobre um problema qualquer, receber uma homenagem no final do ano, ganhar presentes no dia do professor e o principal: fazê-los entender a matéria. Caso tivesse sido professora, muito dos meus alunos iriam se lembrar com carinho da Tia Yvonne que, apesar de ser bastante rigorosa com disciplina, sempre foi carinhosa e compreensiva.

Para mim o ensino fundamental é o alicerce de toda uma vida profissional. Se o aluno nessa época não fizer um curso bem feito e não entender que tem direitos e obrigações, jamais será grande coisa na vida. Lembro com saudades de alguns professores. Na minha época não chamávamos a professora de tia e quando entrava a diretora ou um professor qualquer, nós nos levantávamos em respeito. Era um regime bem militar, porém cheio de histórias carinhosas como a da Professora Vania que no último ano do ginásio me ensinou análise sintática (meu grande bicho papão) em algumas aulas extras além do horário. A prova final foi analisar toda a letra da música "Eu e a brisa" do Jonnhy Alf, tarefa hercúlea, mas que eu consegui me sair bem.

Tenho carinho por todos os meus mestres, mesmo aqueles que me torturaram com suas imposições e falta de compreensão. Graças a eles, aprendi a engolir alguns sapos em determinadas situações em que eu percebo que o "inimigo" é bem mais forte do que eu e a única estratégia de guerra é a retirada. Aos mestres todo o meu carinho.

Beijocas

Yvonne