Se todos os dias são iguais, torne-se diferente

Yvonne

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Brasileira, ariana nascida no Rio de Janeiro, morando atualmente em Guarapari, mulher, esposa e mãe. Gosto de artes em geral, de ler, de trocar idéias, de praia, de cinema, de tomar cerveja e de dar boas gargalhadas.

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QUANDO SETEMBRO VIER

Amigos,

Por anos a fio, a indústria de Hollywood nos mostrou filmes que em nada refletiam a realidade das pessoas. Hoje em dia quando vejo alguns deles que antes eu adorava, percebo que a história é totalmente inverossímil. Tem coisa mais ridícula do que ver Doris Day dando uma de mocinha virgem com mais de 30 anos na cara e se recusando terminantemente a aceitar os galanteios do Rock Hudson? Ninguém fazia sexo, os casais dormiam em camas separadas, as famílias eram perfeitas demais, os pais digníssimos eram mantenedores de seus lares e as mães, apesar de não terem empregadas, estavam sempre lindas e cheirosas fazendo o famoso bacon com ovos.

Em meados dos anos 50 até o início dos 60, com o término da violenta censura imposta pelo Código Hays (leiam aqui uma matéria que fala sobre o grande cineasta Otto Preminger que bem espelha o assunto)
, os filmes começaram a mudar e mostrar gente de verdade. Bom, de verdade até certo ponto, porque os americanos são muito conservadores. Nenhum estúdio americano teria a coragem de mostrar em 1973 uma cena de sexo anal com direito à manteiga para lubrificar como fez Bernardo Bertolucci em "O último tango em Paris".

E assim os costumes foram sendo modificados e o mundo ocidental passou a respirar ares mais democráticos e menos mentirosos, apesar de que aqui no Brasil existia censura, mas de um jeito ou de outro estávamos antenados com tudo que acontecia no mundo, através do boca a boca. E começou uma verdadeira enxurrada de cenas de sexo, sangue, cabeças explodindo, aliens babando gosmas verdes e uma violência sem fim como a mostrada no filme "Sin City". Querem saber de uma coisa? Cansei. Quero ver Doris Day se recusando a dar para o Rock Hudson. Quero ver "Do mundo nada se leva" e "Horizonte Perdido", ambos do Frank Capra que receberá uma homenagem minha qualquer dia desses. Quero ver o bem vencendo o mal, quero ver o bandido morrendo no final, quero ver céu azul, casinha com flores e crianças brincando no jardim. Pois é, ando numa fase avestruz.

Ver um filme é a maneira que eu encontro para fugir da realidade e dos problemas. Eu sou um pouco parecida com aquela personagem da Mia Farrow em "A rosa púrpura do Cairo" que todas as tardes ia ao cinema para fugir do clima baixo astral americano por ocasião da depressão de 1929. Quanto pior a fase, mais filmes eu vejo. É pena que aqui em Guarapari raramente passa filme que me atraia.

Quando os meus pais se separaram, eu estava de férias escolares e ia ao cinema todos os dias para ver "A Noviça Rebelde". O ambiente na minha casa estava horrível e eu não queria conviver com a minha família e sim com aquela da história. Não sei como eu suportei essa maratona. Foram tantas vezes que eu acabei decorando frases inteiras em Inglês quando eu mal tinha aprendido que "the book is on the table", rsrsrs. Pois é gente, o mundo está abarrotado de malucos e com certeza eu sou uma do grupo.

Bom, para terminar o nosso papo, queria dizer a vocês que os melhores filmes de terror que tenho visto nos últimos tempos estão sendo feitos no Japão, China e pasmem Tailândia. Não têm gosma, braços dilacerados e nada do gênero. É aquele terror subjetivo como "O Chamado" que por sinal é japonês. Não vou fazer propaganda de TV paga, mas uma despesa que não abro mão é ter todos os canais da S... . Só assim que eu tomo conhecimento do que acontece no resto do mundo.

Beijocas

Yvonne

P.S.: Alguns de vocês devem estar indagando o motivo desse título. É que para ter inspiração, eu escrevi ao som constante da música "Quando Setembro Vier" que foi tema do filme de mesmo nome. Estou esperando ansiosamente pelo mês de setembro quando finalmente poderei ver uma pequena luz no fim do túnel escuro em que me encontro desde o dia 14 de janeiro deste ano. É amigos, a fase não está boa.

P.S.2: Gostaria de fazer aqui uma homenagem à Cil... (não coloquei o nome e muito menos o link, porque não quero que fique registrado no Google). Eu ingenuamente pedi uma informação a ela através de e-mail que me respondeu que não poderia atender ao meu pedido, porque não seria correto. Eu não tinha a menor idéia, porque caso contrário, não teria feito essa pergunta. Vejam bem, ela poderia ter respondido o meu e-mail e ninguém ficaria sabendo de nada, mas por ser honesta não me deu a informação.

Vejam só o mundo em que vivemos. Quando uma pessoa faz aquilo que seria sua obrigação fazer, isso acaba virando motivo de elogio em público como é o caso de garis que devolvem dinheiro encontrado aos seus legítimos donos. Cil..., volte para o Brasil e concorra a um cargo no Congresso Nacional. Você já tem o meu voto.