Amigos, mais uma salada, três delas bem amargas e só uma docinha.
ALZHEIMER - Amigos, a cada dia que passa a minha memória está piorando cada vez mais. Eu conto para vocês um monte de histórias com riqueza de detalhes. Lembro-me de tudo que é antigo, mas o novo me escapa a todo momento. Esse problema está acontecendo há pelo menos uns quinze anos e eu já cheguei a ir a um neurologista que me deixou mais tranqüila porque, segundo ele, a partir de uma determinada idade a memória começa a ser seletiva e só guarda o que lhe interessa. Pois bem, sempre me gabei que esqueço tudo, menos o que diz respeito à dinheiro. Só que ontem eu descobri que dei um cheque sem fundo, tinham mais dois para serem depositados. Havia um crédito de 65,00 que eu não sabia do que se tratava e mais uma transferência feita por mim no valor de 25,00 que eu também não me lembrava. Entrei em pânico e comecei a chorar. Felizmente toda essa confusão não foi por falta de dinheiro ou má fé. Foi esquecimento puro. Transferi dinheiro da poupança para a conta-corrente e passei pelo vexame de ligar para a loja e contar uma conversa fiada sobre o cheque devolvido. A minha sorte é que essa loja é do Rio e eu sou cliente antiga. Quando me acalmei, lembrei de tudo e agora estou pensando em procurar mais uma vez um neurologista. Vou ter que comprar uma agenda para 2007 para registrar não só o que devo fazer, como também o que eu fiz e que provavelmente esquecerei. Alguém conhece algum remédio da Homeopatia ou Fitoterapia que seja bom para isso?
CASSIA ELLER - Estou ouvindo nesse momento a cantora Vanessa da Mata cantando aquela música cheia de ai ai ai que eu adoro. Sem ao menos conhecer o trabalho da moça, eu não ia com a cara dela e me recusava a ouvir qualquer música cantada por ela. Outra que me dava arrepios era a Cássia Eller. Não gostava de quase nada dela por causa daquele jeito agressivo que ela tinha ao cantar. Só que o mundo dá muitas voltas e eu passei a adorá-la ao ponto de comprar quase todos os cd's dela. Quando ouço aquela música que o Nando Reis fez para ela (... o bairro de Laranjeiras satisfeito sorri quando eu chego aqui...) me dá uma enorme pena. Taí gente, eu senti muito a morte dela, parecia que tinha sido alguém da minha família. Vejam só como são as coisas.
MINHA MÃE - Comprei alguns cd's de pessoas que com certeza muitos de vocês nunca ouviram falar: Luiz Vieira, Agostinho dos Santos, Camélia Alves e mais um monte de velharias. Foi horrível quando ouvi algumas canções, pois me lembrei da minha mãe. Chorei de saudades e de arrependimento por não ter tido mais paciência com ela nos seus últimos anos. Não é fácil agüentar por dez anos uma pessoa sofrendo de depressão e transtorno obsessivo-compulsivo. Só quem tem um parente doente assim é que consegue entender o problema. Nesse tempo, só teve um período de seis meses quando ela virou uma velhinha maluquinha por causa do AVC e se esqueceu que era depressiva. Foi uma maravilha, ela era brincalhona, engraçada e ... doida mesmo (não é força de expressão). Fiz tudo por ela, dei todo amparo possível em todos sentidos e nunca deixei faltar nada, mas não conversava com ela. Cada dia o papo era chato e repetitivo. Ela falava o mesmo assunto mais de cem vezes e eu só respondia umas três no máximo. Depois fechava a boca.
Amigos, agora é fácil falar pois todo morto não tem defeitos, mas caso vocês ainda tenham seus pais vivos, façam tudo por eles porque um dia irão embora. Não faço nada pelo meu pai, ainda vivo, porque ele nunca foi um pai e sim um estranho, mas a minha mãe foi a melhor que eu poderia ter tido.
POKOYO OU DIMINUINDO O BAIXO ASTRAL DO POST DE HOJE - Sempre gostei de desenhos animados. Só que de uns anos para cá, enjoei. Já não sinto mais prazer em ver os mais dos antigos e os novos são ruins demais. Pois bem, estava eu no Rio na casa do meu irmão esperando dar um tempo para sair quando parei no canal Discovery Kids e vi um desenho que me deixou completamente encantada. O nome é Pokoyo (pronuncia-se Pokoyô). Pelo que eu pude perceber esse canal aparentemente é destinado para crianças com menos de cinco anos. O desenho é bobo demais e só um bebezinho consegue gostar. Bebezinhos e a velhota aqui. Vocês não têm idéia do tanto que eu fiquei deslumbrada e decidi que darei esse apelido à minha netinha que vai nascer. Minha família foi radicalmente contra (os pais ainda não sabem da minha intenção) e disse que uma menina não deve ter um apelido desse. O nome dela, ao que tudo indica, será Eduarda. Eu gosto de diminutivos, logo não poderei chamá-la de Eduardinha que ficará feio. Como Duda pode ser feminino ou masculino, eu optei por Pokoyo. O que vocês acham? Conto com a opinião de vocês.
Beijocas
Yvonne
P.S.: Hoje no Nós Por Nós tem uma crônica muito linda, escrita por Rafael Marti que se chama "Gostar de mulher". Compareçam e curtam a leitura
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