Se todos os dias são iguais, torne-se diferente

Yvonne

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Brasileira, ariana nascida no Rio de Janeiro, morando atualmente em Guarapari, mulher, esposa e mãe. Gosto de artes em geral, de ler, de trocar idéias, de praia, de cinema, de tomar cerveja e de dar boas gargalhadas.

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MENTIRAS

Amigos,

Antes de mais nada, quero agradecer o carinho dos comentários de vocês com relação ao meu último post. Obrigada. Queria comunicar que viajarei para o Rio hoje e só estarei em casa na próxima sexta. Dessa forma, ficarei distante de vocês. Amanhã, o Tesco postará um texto para mim no Nós Por Nós. Depois disso, só na próxima segunda-feira.

Bom, eu sou fã de um seriado americano, baseado em um inglês, que se chama Queer as Folk. No Brasil o nome foi traduzido para o horrível "Os Assumidos" e passa no canal Cinemax. Esse programa aborda o mundo gay de uma maneira bastante séria e ao mesmo tempo leve. Fez sucesso nos EUA e Canadá principalmente entre os heterossexuais.

Pois bem, vou transcrever para vocês o diálogo ocorrido entre duas pessoas. Um deles é um jogador de futebol americano, cujo nome eu me esqueci, lindão, machão, vai se casar com uma linda mulher, herói pelos seus feitos impossíveis no esporte. O outro é Emmet, um gay assumidíssimo. Os dois acabaram de transar. Vamos lá:

Emmet - Nossa! Não poderia imaginar que você fosse isso tudo. Sua noiva sabe que você é "G"?
Machão - "G" de quê? De gatão, de gostoso?
Emmet - "G" de gay.
Machão - Eu não sou gay.
Emmet - E como é que você chama o fato de ter colocado o seu ... na minha ...?
Machão - Eu chamo isso de gostar de transar com rapazes, mas isso não quer dizer que eu vou me apaixonar por um homem e muito menos beijá-lo na boca. Eu gosto mesmo é de mulher.

Por mais que eu me esforce, eu não consigo entender essa lógica que por sinal é bastante comum em homens bissexuais e que vivem em conflito consigo mesmos. Uma vez eu li que um dos grandes motivos de assassinato de gays é quando eles se envolvem com homens que não se aceitam, principalmente garotos de programa que são um perigo em potencial.

Todo mundo sabe de sua vida sexual. Sempre eu cito duas frases quando toco nesse assunto: "De perto ninguém é normal", do Caetano Veloso e "Se todo mundo conhecesse a vida sexual do outro, ninguém falava com ninguém", do Nelson Rodrigues. Ninguém deve sair por aí fazendo alarde do que gosta ou costuma fazer na cama, mas ao menos para si próprio deveria haver uma exceção. O tal machão do seriado realmente pensa que é hetero, quando na realidade ele é bissexual. Ele não confessa nem para um homem que acabou de ter relações. É um lado dele que simplesmente não existe para o mundo em que ele vive.

Lembrei-me agora do título de uma música que se chama "The dark side of the moon" que veio bem a calhar. Esse lado negro da lua ninguém sabe como é quando ela não está cheia, mas chegará um dia em que se tornará visível. Não estou questionando o fato do machão não querer expor a sua intimidade sexual. Isso é um direito soberano dele e deve ser respeitado. Se ele gosta de brincar com rapazes, excelente. Os rapazes também gostam de brincar com ele e ninguém tem nada a ver com isso. O que me causa estranheza é ele não aceitar que tem um pé no mundo gay e achar feio aquilo que lhe dá um imenso prazer.

Não estou querendo transformar um fato desse em uma questão filosófica, mas se pudermos fazer uma analogia com outras situações que existem na vida, poderemos entender o motivo de ainda existirem um monte de conflitos e até mesmo guerras. Ninguém consegue mentir para si próprio indefinidamente. Um dia a casa cai e quando isso acontece é de forma terrível. Amigos, fingir que um lado seu não existe é o que pode haver de pior.

Beijocas
Yvonne