Se todos os dias são iguais, torne-se diferente

Yvonne

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Brasileira, ariana nascida no Rio de Janeiro, morando atualmente em Guarapari, mulher, esposa e mãe. Gosto de artes em geral, de ler, de trocar idéias, de praia, de cinema, de tomar cerveja e de dar boas gargalhadas.

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O UNIVERSO DE UMA MENINA






Relembrando um fato ocorrido na minha vida quando eu era bem menina e me apaixonei por um rapazote de 16 anos, pensei como é rica a vida de uma mulher mesmo na mais tenra idade, é um mundo sem fim de emoções, sonhos, expectativas, amores platônicos nunca realizados. Por mais sensível que seja um homem, ele jamais terá a menor idéia do que se passa dentro da cabeça de uma mulher, principalmente na fase adolescente quando mais ricos são os sonhos.

A literatura brasileira é farta de bons autores nos mais variados gêneros. Eu tenho vários prediletos, mas indiscutivelmente o que mais entendeu a alma de uma menina foi Érico Veríssimo. Seu romance Clarissa é o que há de mais fiel ao universo de uma garota. Quando li esse livro, já adulta e casada, tive alguns momentos de quase um choro saudoso da pessoa que fui. Há uma cena em que está acontecendo um velório em um ambiente muito escuro e fechado. Chegou um homem e disse mais ou menos essa frase: “Abram as janelas, deixem o ar entrar”. Clarissa com seus 10/11 anos ficou completamente apaixonada por esse homem que adentrou na sala e disse essa frase “heróica”. Para ela, ele foi um Rei Arthur comandando os cavaleiros da Távola Redonda para salvar alguma donzela em perigo.

Muitos podem rir da minha comparação, ou melhor, da de Clarissa, mas é exatamente assim que uma menina pensa. O livro é de uma delicadeza só, é o mundo sob a ótica de Clarissa e seus sonhos.

Lembro-me de um filme espanhol (ou mexicano, sei lá) que eu vi quando criança com um ator mirim que fazia muito sucesso naquela época – Joselito. Aliás, não sei se esse nome é do ator ou do personagem que ele interpretava. Os filmes que esse menino fazia eram verdadeiros dramalhões com o garoto sofrendo até o final da história quando finalmente devia encontrar “su madre y su padre”. Eu adorava aquelas histórias cheias de sofrimento e humilhações.

No entanto, em um determinado filme apareceu uma cena que eu nunca mais esqueci: um lindo homem de pele clara e de cabelos e olhos castanhos ia para um determinado local em cima de um cavalo, cantando a música Malagueña. Eu fiquei completamente apaixonada pelo homem, pela música e pela língua espanhola. Aquele homem dentro daquela cena era exatamente a minha noção de príncipe encantando, indo me salvar do “sofrimento que o mundo me reservava”, com ele eu estaria “protegida” para sempre, teríamos muitos filhos e uma vida de alegrias sem fim e o melhor disso tudo: eu ouviria declarações de amor em Espanhol.

O mais inacreditável disso tudo é que eu era apenas uma garota, sem ter a menor noção do que era o sexo e tesão, aliás, eu mal sabia o que era estar apaixonada, mas já tinha dentro de mim a idéia de um “homem salvador”, capaz de “atravessar rios, mares e montanhas em nome do seu infinito amor por mim”. É o arquétipo do herói com que todas as mulheres sonham e desejam para si, só que felizmente nenhum homem está a altura daquilo que imaginamos como ideal. Os homens têm apenas um pequeno probleminha: eles são seres humanos e por mais que se esforcem, não conseguem, nem de longe, chegar próximo daquilo que sonhamos. Ainda bem.

Porém, acho que nosso lado Clarissa deva ser para sempre preservado, é ele que nos impulsiona para correr atrás da nossa felicidade.

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Ainda sobre o assunto, hoje o Tesco publicou no Miscelânea do Nós Por Nós uma indigesta e triste coluna da Danuza Leão do dia 06.08.2006. Não deixem de ler.
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E para alegrar nossos corações, hoje uma linda menina está aniversariando. É a nossa querida Sandra, uma arretada leonina para ninguém botar defeito. Por enquanto ela é virtual, mas brevemente será real. Gente vamos todos lá no cantinho dela para cantar parabéns, assoprar as velas e comer um delicioso bolo de chocolate. Viva a Sandra!!
Beijocas para todos
Yvonne