Se todos os dias são iguais, torne-se diferente

Yvonne

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Brasileira, ariana nascida no Rio de Janeiro, morando atualmente em Guarapari, mulher, esposa e mãe. Gosto de artes em geral, de ler, de trocar idéias, de praia, de cinema, de tomar cerveja e de dar boas gargalhadas.

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INVISIBILIDADE PÚBLICA


Amigos,

Há mais ou menos dois anos, saiu na Revista Época uma interessante matéria a respeito de uma defesa de tese de um psicólogo da USP - Fernando Braga - sobre o indigesto tema da "invisibilidade pública". Em 1994, quando ele estava no 2o. ano da faculdade, se vestiu de gari como parte de um estágio solicitado por uma das disciplinas. Ao se encontrar com os professores e colegas, simplesmente ninguém lhe deu um bom dia. Não é que ele tenha sido ignorado, menosprezado ou rejeitado. Foi muito pior: ele não foi visto. Era como não estar lá, como "não ser", era uma pessoa invisível.

Fiquei muito impressionada pois eu me identifiquei um pouco com essa situação porque um pouco antes de ler a matéria, eu peguei um táxi e o motorista quando me viu me perguntou se eu me lembrava dele. Fiquei muito embaraçada porque eu não tinha a menor idéia de quem ele era. Ele sabia uma série de coisas sobre a minha vida e eu mais desesperada ainda porque não conseguia me lembrar daquela pessoa.

Até que ele me falou que foi faxinero no prédio da minha mãe quando eu era jovem. Aquilo foi uma porretada na minha cabeça porque eu me dei conta de que eu já fui tímida e besta o suficiente para não cumprimentar as pessoas e isso não tinha nada a ver com classe social, eu era assim com todo mundo, pobre ou rico. Devo ter causado uma péssima impressão para um monte de gente, em especial os mais humildes que se sentem desvalorizados. Eu era uma aparente pedante.

Ainda assim, impressionada com a matéria da revista sobre a invisibilidade, me dei conta que estava cansada de cruzar com garis que limpam a minha rua, o meu bairro e ainda assim nunca lhes dirigi um singelo sorriso. Vocês não podem avaliar como eles se sentem discriminados com essa postura que as pessoas costumam ter. São vários profissionais que se sentem verdadeiros párias em nossa sociedade e isso é muito desagradável porque qualquer trabalho é digno de orgulho.

Dessa forma, assumi o compromisso de sorrir e cumprimentar as pessoas. No começo elas acham estranho, mas depois entendem e gostam. Outra coisa interessante, aqui em Guarapari como é uma cidade pequena e não existe o estresse que faz com que sejamos mal educados quando estamos com pressa, é tudo bem melhor. São muitas pessoas que cumprimentam os outros mesmo que não conheçam. É bem gostoso, é grátis e não faz mal ninguém. E você já sorriu para alguém hoje?

Beijocas

Yvonne