“Eu mandei e-mail. Não tive resposta.
Resolvi ligar. Caiu na secretária eletrônica e em inglês!!!
Tentei no celular e a única coisa que ouvi foi: ‘este telefone está temporariamente fora de serviço ou fora da área de cobertura’.
Não. Não desisti. Sou cara-de-pau, teimosa e insistente.
Vim até aqui. Bati palmas. Toquei a campainha. O cachorro da vizinha ameaçou latir. Eu rosnei para ele, que enfiou o rabinho entre as pernas e se mandou para o fundo do quintal. Hhhhuuummmpppppfffff!
Fiquei olhando as cortinas. Quando há gente em casa e não querem atender as visitas, as cortinas balançam. Bem devagar. Mas as daqui ficaram imóveis.
Achando-me no direito, abri o portão, dei uma admirada no jardim e avancei até a porta. Um bilhete, pendurado, feito para mim:
‘Querida amiga Sandra
Deixei este bilhete porque sabia que você viria até aqui. Não tive tempo de explicar por telefone ou e-mail.
Eu e o Antonio ganhamos um prêmio num concurso de ludo: um cruzeiro!
Estaremos fora por uns dias, então, faz um favor: deixe um aviso para os meus amigos que ficarei ausente por mais um tempinho, descansando e cuidando de mim.
Aproveita, por favor, e coloca aquele saquinho de lixo na rua, molha o jardim (a mangueira está pendurada no corredor), recolhe as cartas da caixa de correspondência, troca a água e coloca ração para o Bolinha.
Quando eu voltar te ligo contando tudo!
Beijocas
Yvonne’
E aqui estou! Trocando a água da caixa de correspondência, molhando o Bolinha, jogando ração no jardim, colocando as plantas para fora!
A Yvonne vai se sentir orgulhosa de mim!!
Como? Quando ela volta? Se eles não se mudarem para as Ilhas Canárias, no final da semana que vem. Dá tempo de você ler o jornal, tomar um chopes e dois pastel!
Sandra Pontes”
A porta entreaberta
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Depois de um longo inverno, onde ficamos sem postar por motivos alheios à
nossa vontade, voltamos agora para prestar homenagem a um de nossos
primeiros co...
Há 13 anos
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