Se todos os dias são iguais, torne-se diferente

Yvonne

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Brasileira, ariana nascida no Rio de Janeiro, morando atualmente em Guarapari, mulher, esposa e mãe. Gosto de artes em geral, de ler, de trocar idéias, de praia, de cinema, de tomar cerveja e de dar boas gargalhadas.

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NÁPOLIS DURANTE A GUERRA


Amigos,

Li um livro muito bom chamado "Meninos de rua", escrito por um ítalo-americano de nome Lorenzo Carcaterra, filho de napolitanos que emigraram para Nova Iorque. O livro aborda uma quase lenda muito interessante insistentemente contada pela mãe do autor. Em viagem a Nápoles, o escritor entrevistou diversas pessoas mais velhas para obter maiores informações e cada um contou uma história diferente. Entretanto, em todos os relatos haviam diversos pontos em comum. Vamos lá.
Em 1943, a Itália era o país mais fraco daqueles que compunham o eixo (Alemanha, Japão e Itália) que queriam dominar o mundo. De 1922 até 1937, Mussolini fez verdadeiras maravilhas pela Itália. De uma certa forma, em menor escala, grande parte da população daquele país era fascista pois o ditador, tal qual Hitler, recuperou a auto-estima de todos os italianos que se consideravam europeus de segunda categoria. A Itália era um quintal da Europa.
Pois bem, torturas, direitos civis cassados e outras barbaridades mais mostraram mais tarde que as coisas não eram bem aquilo que os italianos achavam. Suas investidas contra os países que Mussolini queria dominar foram verdadeiros fiascos. Eles levaram a maior surra do "poderoso" exército da Etiópia. Só que uma das razões para esse fracasso foi o fato de que os soldados italianos não estavam a fim de guerrear por um causa que não lhes dizia respeito. Os italianos entraram pelo cano porque sofreram nas mãos dos aliados e dos nazistas também. Mussolini prometeu um "Império Romano - O retorno" e quase meio milhão de pessoas morreram.
O livro trata de um episódio digno de louvores. Os nazistas já sabedores de que iriam perder a guerra resolveram destruir a cidade de Nápoles (que fica no litoral) porque sabiam que mais dia menos dia os aliados iriam chegar por mar. Foram destruindo casas, fábricas, estradas, qualquer coisa. Inexplicavelmente, nenhuma igreja desmoronou. A população local fugiu para as montanhas, mas alguns meninos órfãos ou considerados quase adultos (15/16/17 anos) foram deixados para trás e ficaram a Deus dará.
Esses meninos sabedores de que estavam no fundo do poço e que a morte iria chegar a qualquer momento, resolveram que iriam destruir o exército alemão (estou falando de exército e não psicopatas da SS e Gestapo). Gente, eles conseguiram. Maiores detalhes só lendo o livro porque esse texto não vai acabar nunca. Eu fiquei muito impressionada e tão logo o livro terminou fui pesquisar alguma coisa na Internet. Não achei nada.
Procurei também nos livros daqui de casa e vi que essa pesquisa seria uma tarefa hercúlea. Entretanto, achei um livro sobre a Itália e li que quando os aliados chegaram lá, encontraram alemães mortos e tanques destruídos. Segundo o autor, aquele país com um exército de meia tigela que fracassou em suas lutas, teve uma população de uma coragem tal que botou os alemães para correr antes mesmos dos aliados chegarem. " ... Era um exército formado por alguns homens e mulheres e muitos meninos sujos, maltrapilhos e fedorentos...", segundo o autor.
Fiquei encantada com esse episódio. O autor escreveu um romance e se permitiu algumas licenças poéticas afinal de contas ele obteve as informações com pessoas idosas que por sua vez também resolveram sonhar com uma história de coragem e bravura. O que importa é que os fatos realmente aconteceram. O que não se sabe de forma precisa é como esses fatos aconteceram. Outra coisa que eu também achei muito bela é que uma das razões de os alemães terem perdido essa "batalha" é que os soldados não estavam preparados para lutar contra crianças. Eles não eram bestas assassinas como os da SS.
Gente, resolvi contar essa história para vocês por dois motivos. Um deles é que eu achei muito bonita e o segundo é que eu gostaria de obter alguma informação histórica a respeito desse episódio. Caso vocês saibam de alguma coisa, por favor me digam. Espero que tenham gostado do que eu narrei.
Para terminar, gostaria de contar uma coisa que não tem nada a ver com os fatos acima. Sophia Loren é napolitana e foi uma quase menina de rua suja e esfomeada. Ela, em plena adolescência, se prostituiu em troca de uma barra de chocolate dada por um soldado americano. Tudo bem, se os americanos não tivessem lutado nessa guerra, talvez a história do mundo fosse outra, mas é preciso ter muita coragem para desvirginar uma garota faminta oferecendo uma barra de chocolate em troca. É cruel.
Beijocas
Yvonne