Se todos os dias são iguais, torne-se diferente

Yvonne

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Brasileira, ariana nascida no Rio de Janeiro, morando atualmente em Guarapari, mulher, esposa e mãe. Gosto de artes em geral, de ler, de trocar idéias, de praia, de cinema, de tomar cerveja e de dar boas gargalhadas.

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MAMÍFEROS


Amigos,

Quando estudei no primário, aprendi que o ser humano é um animal mamífero como qualquer outro, só que, ao contrário de todos os demais, somos racionais. Não vou questionar esse fato porque seria uma burrice de minha parte, pois além de raciocinar, temos sentimentos, premonições, dúvidas filosóficas sobre a morte e tantas outras coisas outras que nos tornam tão especiais. A grande maioria das pessoas, além disso tudo, ainda crê que existe algo mais entre o céu e a Terra, que existe um Deus que nos observa e julga e que somos feitos de corpo e alma.

Eu acredito que o grande objetivo das pessoas é a espiritualidade, não só aquela pregada por todas as religiões, como também a que eu julgo a certa: ser generoso, ser compreensivo, não ser agressivo, fazer o bem ao próximo, aglutinar, ser alguém positivo diante da vida, das pessoas queridas e da sociedade. Se é possível ser assim, isso são outros quinhentos, mas pelo menos devemos tentar.

No entanto, observo que, a cada dia que passa, está havendo uma divisão bem nítida entre os seres humanos:

a) em um grupo eu coloco aqueles que fazem questão de serem truculentos, assassinos, sem nenhum respeito pelo próximo e pela comunidade em que vivem. Felizmente, são poucos, se comparados com a grande maioria.

b) em outro grupo, graças a Deus, eu coloco as pessoas de bem, que querem viver em paz consigo mesmas e com os outros.

Minha divisão foi meio simplista e maniqueísta, porque existem diversos outros tipos de pessoas: os que choram copiosamente quando sabem que uma criança morreu de maus tratos, mas que, por outro lado, não fazem absolutamente nada por ninguém. Existem os políticos corruptos que amam suas mulheres, seus filhos e seus amigos (não estou sendo irônica), mas não têm nenhuma dor na consciência em aceitar uma propina que vá prejudicar o país em que mora. Como existe também o podre de rico que dá donativos para a ONG que cuida das "foquinhas do Canadá", mas não tem a menor piedade em demitir um chefe de família que trabalha em sua empresa há mais de 20 anos. Existe uma gama de seres humanos bons, cada um da sua maneira.

Entretanto, vejo uma coisa que as pessoas deveriam levar em conta: a cada dia que passa, nós racionais estamos esquecendo que, antes de qualquer coisa, somos animais mamíferos e com uma série de características que todos os demais têm. No sábado passado, minha manicure me contou que uma conhecida dela quase enlouqueceu, porque teve um aborto espontâneo e sentiu uma vontade imperiosa de comer o feto. Vejam só a situação da pobre mulher. Como é que ela poderia conviver com uma coisa dessas depois de ter sido criada com conceitos humanos, religiosos e nobres? Ela não comeu, mas a sua cabeça pirou. Aliás, teria pirado de qualquer forma, o problema para ela não é o "comer" e sim o "ter desejo de comer".

Acontece que todas as fêmeas fazem isso. Eu não sei se o que eu vou falar é besteira, mas parece que uma mulher ao matar um filho recém-nascido com não sei quantos dias de vida, não é nem julgada. É um crime amparado em razões orgânicas. Não sei se estou delirando, mas já li algo assim há muito tempo atrás e nem sei se a coisa é dessa forma, mas parece que surge uma insanidade temporária.

Tive oportunidade de ver um documentário na GNT sobre partos e, em uma determinada cena, aparece a mulher tendo contrações com o marido do lado. Em que pese tudo de positivo que já foi dito sobre a participação do "macho pai" nesse momento tão especial da "fêmea e do filhote", eu não vejo mais a coisa dessa forma tão romântica. Acho que o homem não deve estar do lado da mulher nessa hora. Vocês já ouviram falar de algum tigre que fique ao lado da tigresa quando ela vai ter filhotes? E os índios que são mais próximos da natureza do que nós?

Outra coisa, já ouviram falar de alguma cadela que queira ter sexo quando está amamentando e lambendo os seus nenéns novinhos? Vocês já tiveram oportunidade de ver algum documentário mostrando um leão ávido por cruzar com a fêmea que acabou de ter crias? Não, os machos simplesmente desaparecem e as fêmeas ficam felizes da vida, só elas e os filhotes. Em seus anos de vida, vocês pelo menos já tomaram conhecimento de que as fêmeas ficam muito agressivas quando alguém se aproxima de suas crias, principalmente um macho de sua espécie.

Logicamente que, por sermos racionais, não poderíamos ter um comportamento assim. Um homem não pode largar a sua mulher pelo simples fato de ela ter sido mãe recentemente, mas, por mais que ela se esforce para manter um clima legal no casamento, não adianta, o macho fica abandonado, em primeiro lugar vem a criança.

Tenho várias amigas que padeceram o pão que o diabo amassou e tiveram que fingir orgasmos porque não queriam ter sexo de forma alguma com os seus maridos depois que tiveram filhos, mas em nome do bom relacionamento, tiveram que "ceder". Valeu a pena porque a fase assexuada acabou e elas preservaram os seus casamentos, mas, de uma certa forma, isso é muito injusto. É mais um peso que é jogado em cima da mulher. Além de ser dona de casa, ter que lidar com uma criança pequena, ter que saber que vai voltar a trabalhar brevemente, ainda tem que ser uma amante fogosa e bem gostosa para não perder o seu homem.

Não estou dizendo que os homens são insensíveis. O que eles querem é apenas o carinho do sexo, eles não fazem parte do "universo da mamãe e do neném". Por mais que sejam amigos, que acordem de madrugada, que dêem total apoio a família, ainda assim eles não fazem parte da dupla recém-formada. É também um grande peso que é jogado em cima do homem, ser deixado de lado por causa de uma "titica de gente" que até pouco tempo atrás não existia naquele lar e que agora ocupa um senhor espaço na vida de todos. Essa fase é passageira, não dura para sempre, mas é difícil de segurar e muitos casamentos desmoronam porque as pessoas não sabem lidar com os seus sentimentos.

Talvez se elas se colocassem no lugar da girafa, do leão, da hiena, do cão, da tigresa, as coisas seriam mais fáceis de serem entendidas. Não precisa ir a psicólogo ou a igreja para participar de reuniões de casais. Basta ver um documentário sobre a vida selvagem, muitas respostas podem estar lá.

Beijocas

Yvonne